Sobre o autor
Sou de nacionalidade holandesa, nascido em Zoeterwoude. Desde 1960 pertenço à Ordem dos Frades Menores. Cheguei ao Brasil em no dia 17 de novembro de 1967. Tornei-me franciscano da Província da Santa Cruz (PSC), com sede em Belo Horizonte MG. [www.franciscanossantacruz.org.br] Trabalhei os primeiros dez anos no Vale de Jequitinhonha, morando em Araçuaí MG. Neste período anotei parte da cultura popular em 15 mil folhas e gravando 250 fitas K7. Nesta empreitada, fui ajudado pela artesã Maria Lira Marques. Percebemos que da rica cultura dos pobres registramos apenas uma pequena parte. Em 1970 fundei o coral Trovadores do Vale no qual pessoas pobres do Vale cantam músicas da sua própria cultura. O repertório deste coral é um dos frutos da pesquisa realizada.
Frei Chico jogando versos que aprendeu com o povo do Jequitinhonha: https://www.youtube.com/watch?v=CE15U3R6GwA
A partir de 1978, mudei para Betim MG e fui liberado para a pequisa e promoção da cultura popular. Dediquei-me especialmente às culturas religiosas existentes no Brasil. Tive correspondência com Luís da Câmara Cascudo, com Mário de Souto Maior e alguns outros grandes folcloristas. Os antropólogos Carlos Rodrigues Brandão, Lélia Coelho Frota ajudaram-me a situar minhas pesquisas conjunto mais amplo da cultura nacional. Frequentei terreiros, santuários de romaria. Participei de muitas festas, entrevistei lideranças populares. Durante 16 anos morei na Colônia de Santa Isabel (Betim), onde escrevi a maior parte do Dicionário da Religiosidade Popular. Lá também era regente do coral de hansenianos curados e outros em tratamento. Quem não convive com pobres e marginalizados, não tem o direito de falar em nome deles. Nas comunidades populares observa-se a não separação entre vida e religião [www.religiosidadepopular.uaivip.com.br].
Fiz conferências em muitas universidades, participei de congressos, acompanho movimentos populares. Tenho muitos artigos publicados em revistas especializadas. Possuo também um extenso currículo artístico musical, com apresentações em praças e ruas, teatros, rádio e TV. Mais sobre isso, o leitor encontra no texto da contra-capa do "Dicionário da Religiosidade Popular", da minha autoria e no meu currículo: http: lattes.cnpq.br/8705942860002739.
O negro, para ser cristão, não precisa deixar de ser negro. Afinal, a história não se nega e a identidade não se negocia.
Veja um comentário de Nilmário Miranda:
https://tanoballaio.com.br/Materia/257/Noticias/Um-Pouquinho-de-Brasil/Frei-Chico
ACERVO "FREI CHICO" NA PUC-MG -
mais de 2 mil livros e livrinhos.
Na biblioteca da PUC-MG, em Belo Horizonte, encontra-se uma grande e rara coleção de livros e folhetos impressos relacionados à Religiosidade Popular Brasileira. Boa parte deste material já está informatizado e fica à disposição dos estudiosos sob o nome "Coleção Frei Chico". Lá se encontram encontram livros de oração e de cânticos, manuais de irmandades, de retiro e de romarias; bem como, cartilhas, catecismos, almanaques, mas também livros de bruxaria, programas de festa, folhetinhos de cartomantes e cartas correntes. Tem folhetos de cordel, principalmente sobre temas religiosos e publicações sobre a umbanda e o candomblé. Ainda constam várias obras da pharmacopéia dos sec.XVI a XVIII, além de manuais de antropologia e teologia, história e sociologia, folclore e religiosidade popular. A biblioteca da PUC/MG funciona de segunda a sexta-feira no horário de 7.30 às 22.30hs e aos sábados de 8.00 às 16.00hs. Informações no fone: 031 3194175.
E-mail: bibpe@pucminas.br
Site da Universidade: https://www.pucminas.br
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Vivo no Brasil desde 1967.